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PROJETOS

SESC PULSAR 2024 | TRÊS RIOS/ RJ 

EXPOSIÇÃO TOPIARIUS

Vanessa Freitag

Curadoria Renata Santini

VISITAÇÃO 

22 março | 16 junho 2024

Terça a domingo

10h às 13h | 14h às 17h

Fotografia e vídeo

Igor Vinagre

Comunicação e assessoria de imprensa

Baobácomunica

TEXTO CURATORIAL

Em sua primeira apresentação institucional no Brasil, a artista e professora Vanessa Freitag (1982), radicada no México há dezesseis anos, retoma o contato com referências imagéticas dos lugares que contribuíram para fundar seu trabalho como escultora. Sua proposta de exposição busca alcançar diferentes visões sobre os jardins, por meio de desenhos e objetos confeccionados coletivamente.

Topiarius significa “jardim artificial”[1], palavra grega latinizada que remete ao cultivo e ornamentação de grupos de plantas, oferecendo-lhes variadas configurações. A atribuição de formas artísticas a um lugar vivo que se desenvolve prolongadamente é invertida na criação de formas têxteis inspiradas nos seres de ambientes naturais, habitando um espaço expositivo. Contudo, Freitag segue, em sua investigação escultórica, conectada ao jardim como espaço simbólico de imersão, de lugares concebidos lentamente e com cuidado.

A materialidade têxtil advinda de roupas em desuso, preenchimentos e retalhos de tecidos é combinada ao crochê, bordado, e aplicações em costura, fornecendo às peças variados pesos, texturas, cores e medidas. Cada elemento é considerado em diálogo com o espaço, envolvendo caminhos de passagens e a ocupação desses seres e criaturas que, aos poucos, se agrupam em colônias e se distribuem em filamentos, do chão ao teto.

Acompanhando a instalação de esculturas têxteis em Topiarius, Freitag expõe uma série de desenhos que indicam a relação de interdependência dessas duas linguagens em seu processo artístico, cujas imagens ressaltam o caráter utópico em torno da criação dos jardins. O que a imersão em Topiarius pode nos revelar, abrangendo algo mais que uma visita, como a experimentação por criar formas?

 

Em conexões intencionais com a cultura popular pelo fazer manual, Freitag adiciona expectativas sobre as matérias concretas que utiliza, um jogo entre a mão e o pensamento, do qual se espera algum retorno: das roupas que não vestem mais, dos fios, linhas, flores, plantas e insetos de algum lugar. A partir desse jogo de criação, tanto jardins vivos quanto jardins influenciados por memórias poderiam expressar subjetivamente o sentido de um espelho. Assim, produziríamos identificações com os ciclos de vida, e a percepção do que nos difere de outras existências, podendo nos conduzir a reflexões que reproduzem atitudes e valores cultivados em coletividade, como equilíbrio, virtude, a ideia de perfeição, e, sobretudo, o cuidado.

 

[1] BERUETE, Santiago (2016) Jardinosofia: una historia filosófica de los jardines. Turner: España.

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